1919 - JOHN DOS PASSOS

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John Roderigo dos Passos nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1896. Aos vinte anos de idade, graduou-se em Harvard, e seguiu para a península Ibérica para estudar arquitetura. Enquanto visitava os monumentos barrocos da Espanha e de Portugal, terra de seus avós, os Estados Unidos entravam na Primeira Guerra Mundial. Imediatamente, Dos Passos abandonou tudo para alistar-se no exército de seu país. Mas o entusiasmo juvenil pelo heroísmo da guerra desfez-se rapidamente diante da realidade dos campos de batalha. A amargura e o anti-heroísmo substituíram a visão romântica do guerreiro, e forneceram o tema para suas primeiras obras de ficção: Iniciação de um Homem (1919) e Três Soldados (1921).

Findo o conflito, Dos Passos deixou o exército e casou-se com a escritora Kate Smith. Passou a viajar com frequência, visitando Europa, Oriente Médio, China, Japão e América Latina, de onde enviava com regularidade reportagens para a imprensa dos Estados Unidos. As experiências de viagem lhe dariam material para escrever Expresso Oriente (1927), mas foi com um tema bem nova-iorquino  Manhattan Transfer (1925)  que revolucionou a literatura da época, criando o que seria denominado romance coletivista (tipo de ficção em que a ênfase não é colocada sore um indivíduo, mas sobre todo o grupo social). Na mesma década escreveu Ruas da Noite (1923) e algumas peças para teatro. Aproximou-se do socialismo, passando a participar de greves e manifestações de rua. Visitou a Rússia, onde foi muito influenciado pelo contato com a técnica cinematográfica de Eisenstein e Pudovkin. O estilo nervoso, os diálogos breves e isolados, as rápidas mudanças de ângulo dos cineastas soviéticos aparecem na obra de Dos Passos na trilogia USA  Paralelo 42 (1930), 1919 (1932) e Dinheiro Graúdo (1936) —, que traça uma visão de conjunto da vida americana nas primeiras décadas do século.

No entanto, acompanhando a desilusão da esquerda americana com o governo stalinista, começou a afastar-se do socialismo e, simultaneamente, foi deixando as técnicas narrativas que cultivara, dando a seus livros uma forma mais convencional. O conservadorismo político e estético, que iria se acentuando cada vez mais, ressurge em outra trilogia, Distrito de Columbia, iniciada com As Aventuras de um Jovem (1939). Em 1961, publicou Meio Século, onde, embora adotasse uma técnica literária tradicional, já a recheara com transcrição e justaposição mais ou menos arbitrária de slogans, manchetes de jornal, anúncios etc. Dos Passos escreveu ainda Número Nove, O Estado da Nação e A História de Portugal, seu último livro. Faleceu em 1970, vítima de um enfarte. Os críticos colocam-no ao lado de Hemingway, Faulkner e Steinbeck, formando a «geração perdida» que caracterizou e revolucionou a literatura norte-americana de entre-guerras. Jean-Paul Sartre chegou a considerá-lo «o mais importante novelista do século XX».

Abril Cultural, 1980
Impresso no Brasil
Tradução de Daniel Gonçalves

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